Desejo ardente.

Meus olhos deitaram em teu corpo/ Perdi a calma, já duro, Teso!/ O pensamento torpo/ Encheu-me a alma de desejo/ Te toquei, ardendo/ Corpo queimando, querendo/ Tua língua, teu calor, teu beijo/ Nos ardia uma vontade louca/ Um fogo indiscreto/ Vontade de amor, de sexo/ E tua flor, em secreto/ Invadiu-me a boca/ Num frenesi de animais/ Tua pétala umedecida/ Parecia gemer, pedir mais/ Em um beijo, teu mamilo enrijecido/ Teu olhar de gazela/ O gemido incontido/ A amante mais bela/ Ansiava ser tomada, preenchida/ No momento mais sublime/ Mais puro desta vida/ Gemeu num tesão sem igual/ Se fez fêmea carinhosa/ Uma gatinha manhosa/ Que urrou feito animal/ E relaxou toda dengosa.

Falsidade.

Porque teimas em proferir/ Falsas gentilezas deste jeito?/ Não te envergonha mentir/ Me faltar com o respeito?/ Se a mim, tanto elogia [com falso gosto, por certo]/ Teu rosto é pura alegria/ Teu coração, puro deserto!/ Não te corrói a consciência/ As falsas desculpas que dá?/ Com tanta eloquência/ Que chega mesmo a me enganar/ Tanto, tanto te admirei/ Vi em voce, caráter, humildade, inteligência/ Me enganei/ E por tua maledicência/ Hoje vejo duas faces/ Desabou a máscara/ Caíram teus disfarces/ E aquela musa tão linda/ Que o poeta conheceu/ Para muitos, vive ainda/ Mas para ele, morreu!

Alegria do porvir.

Quisera o sol ou a lua de beleza prateada/ Comparar-se a singeleza/ Que possui a minha amada/ Nem de longe se compara/ Com teu ventre lindo arredondado/ Que abriga a jóia rara/ Nosso filhinho adorado/ Tão risonha e linda ficas, querida/ Ao acariciar a barriga/ Sentindo nos dedos a vida/ O feto a movimentar/ Voce então chora e rí/ De tanto contentamento/ A alegria do porvir/ O mais puro sentimento/ Ser mãe é tudo de bom, meu amor/ O ato da concepção/ O perpetuar da geração/ Nada possui maior valor/ Por certo, minha querida/ Nem o sol, nem a lua tão impávida/ São mais lindos nesta vida/ Do que uma mulher grávida.