Literatura | Conto | A familia que vendia rapaduras.

     Luiz era filho do s.r. Valentim um homem muito trabalhador que morava num pequeno sítio bem próximo da cidadezinha onde moravam bem no interior mesmo. Além de Luiz tinha Alison e Avelino os três filhos e o homem trabalhavam cultivando cana de açúcar, cortavam faziam açúcar mascavo e rapaduras além do melado e da garapa ou caldo de cana, mas no interior é garapa. Todas as semanas era replantar, cortar fazer o mesmo serviço, a mãe e a imã dos rapazes faziam doces de mamão e cocadas queimadas, vendiam no mercado da cidade e no vilarejo próximo da li, todo sábado os homens iam para cidade com a carroça cheia de rapaduras e açúcar, enquanto mãe e filha vendiam os doces no vilarejo. Ao término do dia voltavam cansadas e ainda cuidavam das criações alguns porcos e as galinhas, elas deixavam os frangos crescerem e depois os vendia abatidos, era um pouco mais caro. Nely sempre dizia a Nita você é muito prendada filha merece um casamento bom, o homem que casar com você terá uma joia em casa, mãe pare eu não vou me casar, precisa pensar sim Nita, eu e seu pai morreremos e como vai ficar só, e os manos, fico com eles, deixe disto eles nunca vão ficar solteiros logo se casam, pense nisto. Luiz o mais velho trabalhava muito além de ajudar o pai e os irmãos trabalhava serrando madeiras com seu motor serra, tudo que arrecadavam repartiam em partes iguais entre os 04 homens, a mãe deixava todo dinheiro das vendas com a filha, um dia ela precisaria queria estudar quando pudesse mudar para a cidade este era o sonho da moça, estudar Biologia.
O tempo foi passando Valentim sempre ajudando os filhos e alertando ele que um dia deixaria tudo por conta deles e precisavam estar preparados para trabalhar sozinhos e garantir o sustento de suas famílias, suas terras era pouca tinha 04 filhos a renda teria que ser suficiente para cuidar de suas famílias sem aperto. Luiz confidenciou a seu pai que estava gostando de sua prima Leandra, o pai surpreso disse, mas são primos não podem casar, mas estamos namorando escondido da tia Zuca, meu filho, faça direito fala com sua tia então. Sim eu direi pai, mas fale com os manos que eles estão correndo perigo na cidade tão de namorico com umas mulheres da vida, Senhor ponha juízo na cabeças destes marmanjos. Chamou os filhos explicou os perigos que estavam correndo, estas mulheres têm seus homens se eles pegam vocês bobos da roça tão perdidos. Nita havia olhado na internet um curso a distância até conseguir mudarem para a cidade o que não aconteceria. Sua família nunca deixaria a terra para ir para a cidade morar preso, aquilo é uma prisão pensou. Encomendou os livros que precisava e comprou todo material necessário. Sua mãe estava empenhada ajudar a filha, os filhos são homens tem força e suportam o batente do serviço pesado. Luiz falou com Zuca e começou a namorar firme para casar no fim do ano, com esta notícia a moça ficou preocupada como vai ser mais uma mulher nesta casa, preciso estudar muito e me casar, mamãe tem razão. Os outros irmãos agora estão pensando em comprar bois e tratar com as canas, chega de fazer rapaduras, mas o dono das terras sr Valentim não deu opinião fica só ouvindo seus filhos.
Quando Luiz foi na cidade comprar seu terno levou e a irmã comprou roupas novas e sapatos queria as mulheres de sua vida bem bonita, ele combinava muito bem com Nita por isto ela sentia ciúmes de Leandra, pensava que não teria mais atenção do irmão. Ao chegar em casa encontrou os filhos e o pai tomando uma pinguinha e comendo costelinhas de porco, sentou do lado do marido e contou o que Luiz fez, muito bem vocês merecem mulher. Ele e os outros filhos iriam no dia seguinte comprariam ternos iguais, aproveitou e contou para a esposa do feito de seus filhos, compraram 10 cabeças de boi de raça, e pagaram com que? Claro que com dinheiro, vamos parar de vender açúcar na rua. Isto é bom, mas vamos viver de que, de boi? Calma vai ser um compra e vende, sempre compraremos, sempre venderemos, sem entender ela calou-se. O dia do casamento chegou e a janta seria em sua casa depois da igreja, as vizinhas vieram ajudar a fazer, os doces ela e a filha tinha feito uma semana antes, mataram o boi mais gordo do pasto e fritaram todo, onde vai tanta carne, dois capados grandes, 200 frangos, Nely é muita carne eles vão carregar, deixa levarem, faremos muita comida, o meu filho vai casar e trazer uma nora para mim, Nita ouve e diz baixinho é mesmo uma santa minha mãezinha, nora não gosta de sogra. Com este pensamento Nita acabou de dar conta que ela também teria uma sogra um dia, não posso nem imaginar caso contrário desisto mesmo.
Texto escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de propriedade intelectual.