Mais uma
semana inicia, Elvina vive sozinha desde que separou de seu marido Jorge depois
de muito tempo ela se cansou de morar sozinha e resolveu arranjar um companheiro.
Seu companheiro tinha idade bastante avançada e não demorou muito faleceu,
voltou a solidão na casa da mulher. Mas uma coisa ela sabia cidade pequena no
interior todos se conhecem, isto deixava ela menos solitária, na rua onde
morava era muito conhecida, e todos gostavam dela, a mulher tinha 04 filhos que
viviam distantes dela, desde que casaram quase não visitavam a mãe e ela como
tinha mais idade não gostava de viajar assim passavam muito tempo sem se verem,
as crianças da rua gostavam de sentar na calçada e ouvir as histórias antigas
da família que ela sempre contava relembrando os tempos antigos em que morava
na zona rural junto com sua família.
Entre as crianças que escutavam as histórias de Vina como
todos a chamavam estava Lavínia que era muito sapeca e gostava muito de dançar,
sempre ficava perguntando porque a mulher ficava sozinha, ela explicava que era
preciso, muito curiosa a menina perguntou você não se casa porque, arranje um
marido assim deixa de morar sozinha, a mulher sentia vergonha da criança
pensava ser um incomodo pra criança ouvir suas histórias, decidiu perguntar
acha que tenho capacidade de conseguir marido na idade que estou Lavínia, ela
sorrindo respondeu claro que sim é muito nova ainda e bonita, minha avó tem 86
anos e ainda namora, ela é feliz sabia? Quando arranjar um namorado vai ver
como será feliz, eu aposto que vai ficar uma noiva muito bonita. Menina deixa
isto para lá não posso namorar, estou velha, nunca mais diga isto.
Lavínia apesar de ser criança tinha uma imaginação
fértil, tratou de falar com suas coleguinhas iriam conseguir um casamento para
a mulher que contava histórias de amor dos tempos antigos. As crianças da rua
andaram sondando vários homens do grupo da terceira idade, Vina nunca ia nas
reuniões que o grupo fazia na cidade, todos os fins de semanas tinham forrós, daí
a ideia das meninas vamos levar ela no forró, mas ela não aceitou, resolveram
então levar o grupo na casa dela, conversaram com a responsável pelo grupo que
aceitou o convite acreditando ser de Vina. Pela manhã na sexta feira a menina
sentou na calçada e ficou ouvindo as histórias da mulher, então resolveu falar
olha o grupo da terceira idade hoje vem nesta rua vai visitar uma senhora aqui,
disse e saiu correndo. Sem entender nada a mulher continuou a contar suas histórias,
mas a tarde quando assistia sua novela chamaram na porta era várias mulheres e
homens que cantavam alegremente e tocavam instrumentos. Meio perdida ela
convidou a entrarem e acomodarem depois de muita conversa e cantoria foram
embora, ao sair um senhor que aparentava uns 70 anos disse eu preciso conversar
com você outro dia eu volto, mas falar o que? Depois eu volto, ela ficou pensativa,
mas depois esqueceu passado os dias o senhor voltou era Plínio ele chegou
alegre era bem bonito magro moreno cabelo grisalhos e tinha uma voz linda. Ao
demonstrar seu interesse pela mulher ela assustou, como pode dizer isto sou uma
velha, que nada está é muito bonita, quero casar com contigo vivo só, sozinha
eu também sou que mal há nisto. Depois de vários dias de visitas e muita
conversa resolveram namorar Lavínia toda serelepe disse gostou do namorado que
consegui para você, Vina ficou furiosa, disse adeus a Plínio que não aceitou e
lutou pelo amor da mulher estava apaixonado. Passados uns meses decidiram se
casar. Os moradores da rua uniram e fizeram uma festa bonita com muita dança e
comida para todos, tinha muitos doces frutas e churrasco, a noite fecharam a
rua e dançaram o forró da terceira idade. A mulher que achava impossível amar
depois dos 65 anos sentiu o quanto o amor fazia bem, agora tinha um companheiro
alguém com quem dividir tudo, estava muito feliz com seu amor. Tinha muito a
agradecer as crianças da rua, e desde então todas as tardes o casal sentava na
porta de casa e contava histórias agora não mais as antigas, mas as novas histórias
de amor que estavam vivendo.
Texto
escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora.
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